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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Anna Akhmátova

Poeta singular e pouco conhecida no Brasil, Anna deixou um grande legado com sua poesia intimista, que se entrecruza com sua experiência de vida.


Anna Akhmátova nasceu Anna Andreebna Gorenko


Natural de Odessa na Ucrânia nasceu em 1889 quando seu país ainda fazia parte do Império Russo.

Iniciou sua carreira em uma época em que as mulheres ainda não tinham sua independência, foi perseguida durante o stalinismo, sua irmã Irina morre aos 27 anos em 1906, deixando uma enorme dor em Anna, além disso, teve seu primeiro marido morto, o segundo assassinado em um campo de concentração durante a II Guerra Mundial, e seu filho do primeiro casamento preso por mais de 10 anos entre as décadas 30 e 50.
foto.

Nikolai Sumilyov, primeiro marido de Anna. Com seu segundo marido Nikolai Nikolaevitch Punin. Seu filho Liev Nikolaevitch Sumilyov.

Anna fez com seus poemas fossem reconhecidos como os escritos por algum homem, devido a qualidade de seu trabalho. Foi e ainda é uma grande inspiração para as mulheres.

Mesmo com tantas acontecimentos drásticos em sua vida, se submeteu à censura, à perseguição e ao silencio, fazendo com que muitas de suas obras não fossem publicadas durante sua vida (só tornaram–se públicas duas décadas após sua morte).

 Uma de suas maiores obras onde está refletida sua experiência como mulher, mãe e até mesmo inimiga do povo é “Réquiem”, composto por vários pequenos poemas.

Trecho de Réquiem:

Não, não foi sob um céu estrangeiro,

Nem ao abrigo de asas estrangeiras
Eu estava bem no meio de meu povo,

Lá onde meu povo infelizmente estava.



Separamos mais três lindos poemas desta grande mulher, traduzidos por Lauro Coelho Machado:

Primeira canção (1956)

"O mistério de um não-encontro
tem desolados triunfos:
frases não-ditas,
palavras silenciadas,
olhares que não se cruzaram
nem souberam onde repousar -
só as lágrimas se alegram
por poderem livremente correr.
Um roseiral perto de Moscou
- ai meu Deus! - teve tanto a ver com tudo isso...
E a tudo isso chamaremos
de amor imortal."

No lugar de uma dedicatória (1963)

"Ando sobre as ondas  e me escondo na floresta,
sou esboçada no puro esmalte do céu.
A separação talvez não seja tão difícil,
mas um encontro contigo mal é suportável."

Canção de despedida (1959)

"Não ri e não cantei:
fiquei o dia inteiro calada.
Mais do que tudo queria estar contigo
de novo, desde o começo.
Irrefletida primeira briga,
absoluto e claro delírio;
silenciosa, insensível, rápida,
nossa última refeição."

Para quem quiser conhecer mais sobre poeta, leio o livro Anna, a voz da Rússia de Lauro Coelho Machado – um grande sucesso da editora Algol.


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